Economia comportamental: como a ciência ajuda as empresas na tomada de decisões financeiras

O processo de tomada de decisões financeiras é fundamental para o sucesso empresarial, mas muitas vezes as escolhas não são feitas de forma totalmente racionais

O processo de tomada de decisões financeiras é fundamental para o sucesso empresarial, mas muitas vezes as escolhas não são feitas de forma totalmente racionais.

Com os estudos da neurociência é possível entender como o cérebro processa informações e toma decisões, revelando que muitas decisões financeiras são fortemente influenciadas por emoções, como medo e euforia, e por vieses cognitivos, como o excesso de confiança e o viés de confirmação. Compreender esses processos pode ajudar os empresários a reconhecer e mitigar os fatores emocionais e cognitivos que influenciam suas decisões.

Empresas brasileiras têm começado a incorporar insights da economia comportamental para melhorar suas práticas financeiras. Podemos citar os bancos brasileiros, que a cada dia têm explorado a aplicação de estratégias comportamentais para ajudar seus clientes a gerenciar melhor suas finanças. Por exemplo, aplicativos bancários podem incluir notificações e metas de economia personalizadas para incentivar comportamentos financeiros mais saudáveis.

Temos o exemplo do Nubank, uma fintech brasileira, a mesma faz uso de um design de interface simples e intuitivo que facilita o controle de gastos e economias. Além disso, a fintech envia notificações em tempo real para ajudar os clientes a acompanhar gastos e estimula a criação de caixinhas gerando economia para investir. Essa abordagem tem ajudado muitos clientes a melhorar sua saúde financeira.

Outro exemplo é o Banco do Brasil, que lançou o programa “BB Educação Financeira,” na qual oferece workshops e cursos online de maneira gamificada para ajudar os clientes a entenderem melhor como gerenciar suas finanças pessoais e fazer escolhas financeiras mais conscientes.

No setor do comércio, temos as grandes varejistas brasileiras que analisam como os consumidores gastam seu dinheiro em diferentes plataformas. Estudos indicam que os clientes tendem a gastar mais em compras online, o que incentiva empresas a aumentar seus investimentos em e-commerce para capitalizar essa tendência.

A Magazine Luiza, uma das maiores varejistas do Brasil, tem se destacado no uso de dados para entender o comportamento do consumidor. Durante a pandemia de COVID-19, a Magazine Luiza intensificou seus esforços de e-commerce. A empresa analisou dados de comportamento dos consumidores para otimizar a experiência de compra online, o que resultou em um aumento significativo nas vendas online. Além disso, a empresa utiliza técnicas de personalização para recomendar produtos aos clientes, aumentando a probabilidade de compras adicionais.

A Economia Comportamental não auxilia somente nas decisões financeiras, mas também nas estratégias de vendas e de sustentabilidade. A Ambev, uma das maiores fabricantes de bebidas do Brasil, é um excelente exemplo. Ela lançou campanhas para incentivar os consumidores a reciclar mais, utilizando mensagens que apelam ao senso de responsabilidade social e ambiental. A empresa também implementou programas de recompensa para os consumidores que adotam práticas sustentáveis, como devolver garrafas de vidro para reutilização. Essas iniciativas não só ajudam o meio ambiente, mas também melhoram a imagem da empresa junto aos consumidores e stakeholders.

Em resumo, a economia comportamental junto a neurociência oferece insights valiosos para empresários. Compreender como o cérebro funciona e como as emoções influenciam as decisões pode ajudar a tomar decisões financeiras mais racionais e eficazes. Aplicar estratégias comportamentais pode levar a melhores resultados financeiros e aumentar o sucesso empresarial. Incorporar esses princípios na gestão financeira pode ser uma poderosa ferramenta para melhorar a eficiência e o sucesso das empresas na atualidade.

Fonte: Varejo SA