Síndrome de Procusto: será que ela está afetando você?

Os portadores dessa síndrome sentem-se ameaçados pelo sucesso dos semelhantes, desencadeando uma série de emoções negativas

Não é raro encontrar por aí pessoas especializadas em “puxar o tapete”. Em casa, no trabalho, na faculdade, na vida social — elas estão por todos os lados. Recentemente, estudiosos da psicologia humana deram um nome mais formal aos profissionais da arte de gerar problemas, atrapalhar, prejudicar e invejar a vida dos outros: síndrome de Procusto.

Segundo a mitologia grega, Procusto —também conhecido como “Procrustes” — foi um personagem que tinha em sua casa uma cama de ferro desenvolvida em suas medidas exatas. Então, ele convidava viajantes a descansarem em sua cama, mas terminava por torturá-los visando gerar uma maior semelhança física entre eles. Como?

Caso os hóspedes fossem altos demais, Procusto amputava o excesso. Caso fossem baixos demais, ele esticava o corpo do viajante até o seu comprimento.

No entanto, ainda de acordo com a mitologia grega, nenhum hóspede cabia perfeitamente na cama, uma vez que Procusto tinha duas versões dela — uma grande e outra pequena — e sempre armava para que o convidado não coubesse no leito.

Hoje, pesquisadores utilizam o termo “síndrome de Procusto” para definir pessoas que menosprezam e prejudicam os seus semelhantes, em especial as que têm um maior potencial profissional, afetivo e social.

O motivo? Os portadores dessa síndrome sentem-se ameaçados pelo sucesso dos semelhantes, o que desencadeia uma série de emoções negativas como, por exemplo, a já conhecida inveja.

Assim, eles tentam com todas as forças sabotar o sucesso do outro — seja no meio profissional, social, acadêmico, etc.

Então, como saber se estamos cercados de “amigos” Procustos?

Por mais que existam diversos fatores que ajudem na identificação dos portadores, a tarefa não é tão fácil.

Geralmente, os Procustos demonstram bastante insegurança, inferioridade e inveja, vivendo na base da defensiva, sem muita criatividade e, claro, sempre tentam prejudicar o outro no ambiente compartilhado.

Em situações de riscos, eles geralmente limitam o potencial do colega ao invés de investirem em si próprio. Eles também costumam rejeitar mudanças e se acomodam em cargos há anos, sem muito interesse em subir de nível — desde que não seja ameaçado. Ou seja, não há um desafio interno, apenas a vontade de não ser menor que os outros.

Outra característica é a certeza de que apenas suas ideias são as únicas válidas, excluindo o espaço para outros pensamentos (no receio de que eles sejam melhores e mais bem aceitos).

A síndrome pode causar grandes problemas não só para quem é vítima dos portadores ou quem sofre com a síndrome, mas também para empresas, uma vez que a mesma fica limitada e termina por perder produtividade, concorrência interna e inovação. Afinal, os seus portadores não costumam trabalhar bem em equipe e tão pouco aceitam ordens de outros profissionais.

Quem sofre da síndrome de Procusto pode acabar desencadeando um transtorno psicológico. Fomos educados em valores como o esforço, a disciplina, a responsabilidade e a perseverança. Ser punido e humilhado por trazer algo a uma organização contradiz esses valores. As consequências podem ser devastadoras – tanto do ponto de vista pessoal como do profissional – para a vítima, que se verá limitada, questionada ou ridicularizada.

 

Fonte: Administradores