Após o carnaval, governo vai investir em retomada do crescimento

Enquanto as reformas ainda tramitam na Câmara, o governo quer priorizar temas que mantenham a sensação de que o país está saindo da crise

Brasília – Passado o carnaval, o Palácio do Planalto vai apostar todas as fichas na aprovação de projetos no Congresso Nacional relacionados à retomada do crescimento econômico.

Enquanto as reformas trabalhista e da Previdência ainda tramitam nas comissões especiais da Câmara, o governo quer priorizar temas que mantenham em alta a sensação de que o País está saindo da crise.

“A ênfase do governo é continuar nessa mesma trajetória que ofereça resultado na área econômica”, disse o ministro da Secretaria de Governo, Antonio Imbassahy.

O ministro contou que Paulo Skaf, presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), ligou recentemente para o presidente Michel Temer dizendo que a indústria já dá sinais de retomada e aproveitou para incentivar a apresentação de ações do governo que favoreçam o recuperação da economia.

Um dos projetos sugeridos pelos líderes partidários que podem dar uma sinalização positiva para os setores produtivos é a proposta que trata da terceirização para todas as atividades.

A ideia é votá-lo nas próximas semanas na Câmara. “É o desejo de vários líderes”, comentou Imbassahy.

Na semana passada, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou ao Broadcast Político, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado, que pretendia colocá-lo em votação no plenário logo após o carnaval.

O projeto, relatado atualmente pelo deputado Laércio Oliveira (SD-SE), é considerado mais amplo do que o que está em discussão no Senado, sob a relatoria do senador Paulo Paim (PT-RS).

O petista fez uma série de mudanças ainda no governo Dilma Rousseff. As alterações, porém, não agradaram ao atual governo.

Maia e o presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), fizeram um acordo para dar celeridade ao projeto que tramita na Câmara e deixar de lado a proposta relatada por Paim.

O projeto chegou ao Congresso em 1998, ainda na gestão do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, e é visto pelas centrais sindicais como mais prejudicial aos direitos dos trabalhadores, por atender mais aos interesses dos empresários.

Já os governistas consideram a matéria como um instrumento de modernização das relações de trabalho no País, oferecendo regras mais claras e segurança jurídica às empresas.

Como o texto já passou por votações anteriores nas duas Casas legislativas, basta ser aprovado pelo plenário da Câmara para ir à sanção do presidente Michel Temer.

Fonte: Exame.